A técnica de Neurofeedback mais utilizada é o Neurofeedback EEG, que é um tratamento de retroalimentação não invasivo que pretende obter informações acerca da atividade cerebral dos pacientes em tempo real, permitindo modificações diretas nessa atividade para melhorar determinados sintomas sem efeitos colaterais.
O sinal de Neurofeedback EEG é analisado através de um software que fornece feedback visual e/ou auditivo ao paciente, para que este possa aprender a controlar e moldar os seus padrões cerebrais. O objetivo é alterar a atividade cerebral que se acredita estar subjacente a determinados sintomas.
O Neurofeedback é utilizado há mais de 50 anos (técnica tradicional) com base na aprendizagem através do condicionamento operante. No entanto, com o desenvolvimento tecnológico e a acumulação e tratamento de megadados, foram criadas novas metodologias em que o paciente não recebe nenhum sinal de retroalimentação direta, mas o EEG recebe esta retroalimentação no sentido de induzir uma frequência dominante numa ou várias regiões do cérebro simultaneamente.
Uma revisão recente da eficácia dos diferentes tipos de Neurofeedback nos principais sintomas de fibromialgia (dor, fadiga, ansiedade e depressão, falta de atenção, etc) e o seu efeito na atividade cerebral com protocolos convencionais (Protocolo de Ritmo Sensório-Motor ou SMR, Neurofeedback de ritmo alfa ou pico alfa, Neurofeedback alfa-teta, etc) ou com protocolos alternativos (sistema de neuroterapia Flexyx, Estimulação controlada por EEG ou EDS, Neurofeedback de Energia Baixa ou LENS, Neurofeedback Amyg-EFP e tomografia eletromagnética cerebral padronizada de baixa resolução ou sLORETA) relatou melhoria na dor e redução da gravidade de outros sintomas associados (ansiedade, depressão, insónia, atenção) na maioria dos ensaios analisados, ainda que outros (Kravitz et al., Nelson et al., e Pérez-Elvira et al.) não tenham demonstrado resultados significativos para dor, depressão e ansiedade.
Num estudo com 37 mulheres com fibromialgia encaminhadas pela Unidade de Dor do Serviço Nacional de Saúde de Espanha, foi aplicado um protocolo de ritmo sensório-motor (SMR) e foram observados resultados significativos no controlo da dor e na qualidade de vida.
Foi também relatado (Applied Psychophysiology e Biofeedback) que o Neurofeedback melhorava “significativamente” os sintomas de fibromialgia.
Não existe uma conclusão definitiva, mas aparentemente a avaliação da rede de dor através do EEG fornece marcadores de sucesso ou fracasso, facilitando a sua precisão prognóstica.
O que se pode esperar do Neurofeedback?
- Redução da dor
- Melhoria do sono
- Menor fadiga
- Melhoria da função cognitiva
De referir que este é um procedimento tolerável e seguro, que pode ajudar parte dos pacientes com fibromialgia a aliviar a sua dor e melhorar a sua qualidade de vida.
Técnicas de NFT:
CONVENCIONAIS
(condicionamento operante: implicam uma participação ativa e demoram mais tempo para produzir mudanças):
- Protocolo SMR: envolve a alteração dos padrões da faixa dos ritmos sensório-motores de rápidos e não rítmicos para rítmicos e sistemáticos, além de aumentar a amplitude e a latência do P300, facilitando assim os mecanismos inibitórios tálamo-corticais.
- Protocolo de Neurofeedback alfa-teta: aumentar a proporção de ondas teta e alfa no sujeito para alcançar um estado de relaxamento fisiológico semelhante aos estados de sono.
- Protocolo de retroalimentação do ritmo alfa (alfa peak): consiste na redução das ondas alfa para melhorar o desempenho cognitivo.
ALTERNATIVOS
(condicionamento clássico: não envolvem participação ativa e as mudanças parecem ocorrer mais rapidamente):
- Estimulação direcionada por EEG (EDS): monitoriza o EEG do paciente na faixa de frequência de 0-30 Hz e utiliza a frequência dominante para estabelecer a frequência da estimulação luminosa que é retroalimentada ao paciente.
- Neurofeedback de Baixa Energia (LENS): é um método projetado para obter medições constantes da atividade cortical e permite pequenas mudanças na frequência eletromagnética em 19 ou mais localizações. Essa estimulação de entrada varia constantemente e é atualizada com base nas mudanças das frequências dominantes do EEG.
- Neuroterapia Flexyx (FNS): EEG-Neurofeedback que também envolve estimulação cerebral por meio de uma fonte de energia externa, como energia eletromagnética (EM) por meio dos cabos de conexão do EEG.
- Neurofeedback Amyg-EFP: baseia-se num modelo computacional de EEG impulsionado que reflete a ativação do sistema límbico (ou seja, a amígdala e as redes reguladoras de apoio) através de um registo simultâneo de EEG/fMRI conhecido como impressão elétrica da amígdala (Amyg-EFP) para melhorar a regulação do sinal amígdala-BOLD (dependente do nível de oxigénio no sangue) e a conectividade funcional.
- O Z SCORE e o sLORETA (tomografia eletromagnética cerebral normalizada de baixa resolução) podem agir simultaneamente nos 19 canais e facilitar a normalização estatística ou podem ser usados para calcular mapas estatísticos de dados de EEG que indicam as localizações dos processos fonte subjacentes com um erro muito baixo.
