Nas fases iniciais da doença de Parkinson, o diagnóstico é realmente difícil, pois pode ser confundido com mais de 30 doenças do sistema nervoso que têm sintomas comuns.
Além disso, na fase inicial, várias doenças neurodegenerativas (parkinsonismos atípicos, como por exemplo, paralisia supranuclear progressiva, atrofia multissistémica, degeneração cortical basal, doença de Niemann-Pick tipo C, etc) ou parkinsonismos secundários (induzidos por medicamentos, etc) podem “simular” a doença.
Os dados recolhidos nos últimos anos pelo SEN afirmam que, nos primeiros 3 anos de doença, cerca de 20% dos pacientes apresentam sintomas indistintos e é feito um diagnóstico incorrecto.
Como é diagnosticada a doença de Parkinson?
O diagnóstico da doença de Parkinson é principalmente clínico, confirmado anatomicamente pela existência de perda selectiva de mais de 70% de neurónios específicos (dopaminérgicos/neuromelanina) numa determinada área do cérebro (pars compacta da substância nigra) associada à formação de aglomerados proteicos anormais (Corpos de inclusão de Lewy) nos restantes neurónios.
Isto é baseado na demonstração de dois ou mais sinais cardinais, na ausência de outras manifestações (atípicas), e também ausência de uma lesão ou problema que explique os sintomas (AVC, traumatismo, fármacos, certas infecções virais, tóxicas, etc), e é reforçado se houver uma resposta claramente favorável ao precursor da dopamina (L-Dopa).
Se houver dúvidas clínicas sobre o diagnóstico da doença de Parkinson, são realizados estudos que avaliam a quantidade de terminais de dopamina no estriado (DAT SCAN), ou a quantidade de depósitos de neuromelanina/ferro nos grupos de neurónios de dopamina (ressonância magnética nuclear). Isto permite que a doença de Parkinson seja identificada com maior sensibilidade e especificidade.
Quem pode diagnosticar a doença de Parkinson?
Geralmente, um neurologista com experiência em Perturbações do Movimento tem mais de 95% de sucesso no diagnóstico, enquanto outros profissionais têm uma maior margem de erro (75% de sucesso ou menos).
Por esta razão, foram estabelecidos critérios de diagnóstico operacional (London Brain Bank, Movement Disorders Society) para melhorar a segurança do diagnóstico.
Que estudos existem para confirmar a doença de Parkinson?
Primeiramente, estudos baseados em técnicas de medicina nuclear (PET Scan com F18 Dopa, DAT SCAN, IMBG Scan, etc) ou ressonância cerebral, podem ajudar a identificar se a pessoa realmente sofre da doença de Parkinson.
Por outro lado, vários genes têm sido implicados nas formas hereditárias da doença, especialmente as de início muito precoce (parkinsonismo juvenil, por exemplo) e padrões recessantes. Nestes casos, há testes genéticos e painéis de teste que confirmam a maioria dos diagnósticos.
O fundamental é estabelecer o diagnóstico da doença o mais cedo possível, para o seu tratamento imediato e o acompanhamento especializado e multidisciplinar.
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