Em Novembro passado, partilhámos no nosso blog um resumo das publicações científicas sobre a utilização da Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) na Doença de Alzheimer (DA). Hoje, pretendemos actualizar essa informação de acordo com as publicações mais recentes e relevantes sobre o uso da EMT em demências.
É sabido que a memória é sustentada principalmente por duas redes cerebrais, e que na típica DA, de início tardio, ambas estão disfuncionais, gerando deficiências cognitivas e comportamentais.
Uma vez que a EMT pode modular a actividade cerebral e assim melhorar a eficiência e a comunicação destas duas redes cerebrais, é razoável explorar a EMT enquanto ferramenta terapêutica para o tratamento da DA.
Até meados de 2018, as investigações sugeriram que a EMT (sozinha, ou combinada com treino cognitivo) poderia ser benéfica para a reabilitação de várias funções cognitivas em pacientes com DA. Desde então, novas investigações confirmam e ampliam as descobertas anteriores.
Novas investigações confirmam o potencial da EMT no tratamento da Doença de Alzheimer
1. Numa recente meta-análise a EMT mostrou um efeito positivo na melhoria da função cognitiva global, da fluência verbal e da função executiva.
2. Outra revisão conduzida pela Fundação Champalimaud em Lisboa, observou uma tendência para a eficácia da EMT sobre comportamentos e sintomas psicológicos associados à DA, enquanto corroboram a sua segurança e tolerabilidade.
3. Outros autores relatam ainda que a EMT é relativamente bem tolerada, e com efeito positivo de melhoria cognitiva e impressão clinica global.
4. Por fim, as duas revisões mais recentes [1 , 2] também concordam que há resultados promissores no tratamento por EMT, principalmente em pacientes nos estádios leve a moderado.
Um futuro promissor no tratamento do Alzheimer
A EMT para o tratamento da DA ainda permanece na área da investigação, e não existem para já recomendações definidas para a sua aplicação na prática clínica, no entanto, todos os estudos realizados em muito contribuem para o avanço científico nesta área.
Na NeuroVida continuaremos a acompanhar e a aprofundar esta estratégia terapêutica para o défice cognitivo e as perturbações comportamentais na Doença de Alzheimer.