Os tratamentos convencionais para a Depressão incluem farmacoterapia e psicoterapia. Contudo, cerca de um terço dos pacientes não responde a estas terapias. Opções terapêuticas com base em dispositivos podem representar uma alternativa para este grupo de pacientes, nomeadamente a estimulação magnética transcraniana, a estimulação eléctrica transcraniana, a estimulação do nervo vago, e a estimulação cerebral profunda, entre outras.

Uma nova terapia baseada na exposição à luz quase-infravermelha, chamada fotobiomodulação (também conhecida por laserterapia de baixa intensidade), tem vindo a ser estudada por vários grupos de investigadores no tratamento da Depressão, com resultados preliminares muito promissores e com as vantagens de ser uma alternativa de baixo custo e baixa complexidade.
Conheça algumas vantagens da fotobiomodulação
No geral, e apesar de ser um método ainda experimental no tratamento de doenças neuropsiquiátricas, os dados recolhidos até à data demonstram que:
- A luz quase-infravermelha pode ser mais eficaz do que a luz vermelha, devido à melhor capacidade de penetração;
- A magnitude da luz quase-infravermelha necessária para alcançar as áreas-alvo do cérebro com fluência terapêutica adequada mostrou-se segura e bem tolerada;
- Não existem incidentes documentados de lesão da pele ou da retina após o uso da fotobiomodulação;
- Não foram reportados efeitos adversos graves;
- No campo neuropsiquiátrico, os resultados iniciais sugerem eficácia no tratamento da depressão, ansiedade, e declínio cognitivo.
Como funciona a fotobiomodulação?

O principal mecanismo da fotobiomodulação é o aprimoramento do metabolismo mitocondrial após a absorção da energia da luz quase-infravermelha. A luz penetra o crânio e consegue modular o córtex cerebral.
Um dos estudos conduzidos, com 10 pacientes com Depressão resistente a fármacos, mostrou que uma sessão de fotobiomodulação com exposição da testa à luz quase-infravermelha (visando o Córtex Pré-Frontal Dorsolateral) produziu uma redução significativa dos sintomas depressivos em apenas 2 semanas, representando uma taxa de remissão de 60%.
No entanto, foi observada uma tendência para que os sintomas regressassem 4 semanas após a sessão, o que sugere que apenas um tratamento, apesar de eficaz, não é o suficiente para manter os ganhos obtidos, pelo que a repetição das sessões é provavelmente necessária para uma resposta antidepressiva sustentada.
Alternativa terapêutica que merece ser mais estudada
Os efeitos biológicos da luz quase-infravermelha já foram explorados na prática clínica no tratamento de uma variedade de condições médicas, tais como dor muscular, dor neuropática e dor de cabeça, com resultados positivos.
Uma revisão dos estudos realizados no campo da Depressão, até ao momento, indica um efeito antidepressivo significativo, o que suporta a hipótese de que a fotobiomodulação possa ser um novo tratamento eficaz. Além do mais, dado o baixo custo dos dispositivos LED, existe um grande potencial para a fácil disseminação deste método.
No entanto, para transportar este tratamento para a prática clínica no tratamento da Depressão, são ainda necessárias mais investigações, as quais devem determinar os parâmetros ideais de estimulação, bem como o perfil de eficácia e segurança deste método.