Recente meta-análise confirma: Estimulação Cerebral Não-Invasiva reduz o craving nas dependências

Várias pesquisas clínicas, publicadas nos últimos 5 anos, reportam que a ânsia de consumo (craving) e as compulsões associadas à dependência podem ser reduzidas através de métodos de Estimulação Cerebral Não-Invasiva (ECNI). Isto acontece devido à modulação dos circuitos cerebrais ligados à recompensa, tomada de decisão, e controlo de impulsos. (Para mais informações, aceda ao nosso artigo: A dependência de substâncias químicas e a estimulação cerebral não-invasiva)

Numa meta-análise publicada em Dezembro na revista científica Brain Stimulation, são reportados os efeitos da ECNI sobre o desejo e o consumo, em indivíduos com dependência de substâncias e perturbações alimentares, ou obesidade. Foi também comparado o efeito de uma sessão única vs sessões múltiplas. Esta meta-análise incluiu 48 estudos e 1095 participantes.

Os resultados demonstram um efeito favorável das intervenções de neuromodulação no craving e no consumo, em todas as dependências investigadas (álcool, nicotina, drogas ilícitas, ou dependência alimentar). Também se verificou que ambas as técnicas de ECNI utilizadas (Estimulação Magnética Transcraniana e Estimulação Eléctrica Transcraniana) obtiveram resultados favoráveis.

No entanto, os protocolos de sessões múltiplas mostraram um maior efeito de redução do desejo e do consumo, comparativamente aos protocolos de sessão única. Ou seja, foi possível observar uma associação linear positiva entre o número de sessões, ou pulsos administrados por sessão, e a redução do craving.

O Dr. Lázaro Álvarez, Director da clínica NeuroVida, comenta que este estudo “fornece evidências convincentes de que a ECNI direccionada ao córtex pré-frontal reduz os níveis de craving e consumo.

Justifica-se, assim, acelerar a pesquisa para melhorar os protocolos de estimulação e transferir a experiência para a práctica clínica”, acrescenta. “Neste momento, a base de dados clinicaltrials.gov indica que 18 ensaios clínicos estão em curso, um dos quais (endereçado à dependência de cocaína) terminará em Março deste ano (2019). Nessa altura, será um bom momento para reavaliar esta alternativa terapêutica nas dependências.

A NeuroVida tem vindo a tratar selectivamente alguns pacientes através do Programa NEUROSWITCH, e em breve publicará a sua experiência, que em essência confirma e reproduz os resultados alcançados nos estudos já publicados e divulgados.