Foi recentemente publicado um estudo na revista científica Journal of Clinical Neurophysiology, sobre os efeitos da Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva guiada na reabilitação pós-AVC, dirigida às dificuldades motoras e limitações funcionais.
A amostra do estudo incluiu 42 pacientes que sofreram um AVC até 12 meses anteriores à data de início do estudo. Estes pacientes completaram um ciclo de reabilitação convencional, juntamente com 10 sessões de estimulação magnética transcraniana repetitiva ou estimulação simulada. A estimulação foi programada cinco vezes por semana durante duas semanas consecutivas. Os pacientes foram aleatoriamente designados para um de quatro grupos:
- Estimulação simulada (10 pacientes)
- Estimulação de baixa frequência (1Hz) do hemisfério não afectado (11 pacientes)
- Estimulação de alta frequência (10Hz) do hemisfério afectado (13 pacientes)
- Combinação sequencial de estímulos de baixa e alta frequência (8 pacientes)
Os participantes foram avaliados antes e depois da estimulação com as seguintes escalas clínicas: Escala de Avaliação de Fugl-Meyer, Escala Ashworth de Espasticidade Modificada e o Índice de Atividades de Vida Diária de Barthel.
Verificou-se que, após a intervenção, os participantes dos três grupos que receberam estimulação magnética transcraniana repetitiva mostraram melhorias, contrariamente ao grupo que recebeu estimulação simulada. Estas melhorias verificaram-se nas funções do braço e da mão, na Escala de Avaliação de AVC de Fugl-Meyer, tendo havido igualmente uma redução significativa dos sintomas na Escala Ashworth no Índice de Barthel.
Desta forma, é concluído que a inclusão da estimulação magnética transcraniana repetitiva guiada, quer de baixa, quer de alta frequência, num programa convencional de reabilitação, pode influenciar positivamente a recuperação motora e funcional, o que demonstra o potencial clínico deste método e confirma evidências anteriores.