Uma equipa suiça, liderada pelo neurocientista Grégoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, e pela neurocirurgiã Jocelyne Bloch, do Hospital Universitário da mesma cidade, implantou um conjunto de 16 eléctrodos na medula espinhal de 3 pacientes paraplégicos, com o propósito de estimular os neurónios motores.

Este novo protocolo de reabilitação combina a estimulação eléctrica da medula com sessões de fisioterapia, permitindo aos pacientes recuperar o controlo do movimento das pernas (capacidade que haviam perdido pela falta de conexão entre o cérebro, a medula e os membros), devolvendo assim parte da sua capacidade de andar.
Grégoire Coutrine explica que esta descoberta se baseou no entendimento que obtiveram ao longo de anos de investigações em laboratório com animais, acerca dos mecanismos subjacentes ao movimento dos membros. Coutrine acrescenta que a equipa foi capaz de imitar/simular em tempo real a forma como o cérebro activa naturalmente a medula espinhal.
Esta investigação demonstra que as lesões medulares devem deixar de ser vistas como uma barreira intransponível entre o cérebro e os membros, uma vez que confirma que as conexões nervosas podem ser reactivadas ou redireccionadas. Se estes resultados forem replicados em mais pacientes, podemos estar perante uma revolução no tratamento das paralisias causadas por acidentes.