A síndrome de Worster-Drought (paralisia suprabulbar congénita, síndrome opercular anterior congénita, ou síndrome Foix-Chavany-Marie congénita) é uma paralisia córtico-subcortical suprabulbar ou pseudobulbar dos nervos cranianos inferiores, presente desde a nascença, caracterizada por disartria e disfagia graves, associadas a paralisia facial e mastigatória bilateral de tipo central, com proeminente dissociação voluntária automática, na qual os movimentos involuntários dos músculos afectados estão preservados.
As suas principais características clínicas são a fraqueza e espasticidadade dos lábios, da língua, do palato mole, da faringe e dos músculos laríngeos, bem como alterações morfológicas na mandíbula. Estas manifestações afectam predominantemente a fala, e em casos mais graves é comum uma alteração no controlo voluntário da saliva, disfagia e fonação.
A maioria das crianças diagnosticadas com Worster-Drought tem outras comorbidades associadas como, por exemplo, epilepsia e dificuldades de aprendizagem. No caso das crianças com dificuldades de aprendizagem, o treino cognitivo é uma ferramenta fundamental para melhorar as funções cognitivas que se encontram diminuídas.
Após uma avaliação neuropsicológica cuidadosa e completa, na qual são identificados pontos fortes e fracos, inicia-se o treino cognitivo, o qual permite:
- Melhorar as redes neuronais menos desenvolvidas
- Criar redes alternativas
- Atingir uma maior eficiência na aprendizagem escolar
Hoje damos a conhecer os resultados iniciais do processo de reabilitação cognitiva de uma criança de 10 anos com Síndrome de Worster-Drought, Hemiparésia do braço esquerdo, Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção, e Dificuldades de Aprendizagem.
Abaixo pode ver imagens que ilustram a evolução alcançada através do treino cognitivo:
É notória a melhoria do desempenho desta criança ao longo do tempo, nomeadamente nas competências de Memória Verbal Associativa, Cálculo Mental, Cálculo Escrito, Linguagem escrita e Funções Executivas (Planeamento e Organização).
Os momentos de reavaliação permitem ajustar o treino às necessidades actuais da criança, de forma a dar continuidade ao treino das capacidades que ainda se encontrem comprometidas. No caso desta criança, o treino presente está focado nas dificuldades de memória de dígitos (memória de trabalho), muito associadas às dificuldades de aprendizagem.