Uma das principais dificuldades que os utentes apresentam após um AVC são as alterações no padrão de marcha. Como tal, uma das principais prioridades durante o processo de reabilitação é melhorar a capacidade de realizar marcha de forma autónoma e segura.
Apesar de 65% a 85% dos pacientes conseguirem caminhar cerca de 6 meses após o AVC, as alterações no padrão de marcha persistem nos estádios crónicos. Existem na literatura científica duas abordagens principais para o treino de marcha:
- Treino em treadmill com e sem recurso a arnês, para promover o suporte do peso corporal, de modo a que o treino de marcha seja controlado;
- Prática de forma intensiva de uma série de tarefas funcionais, tais como sentar/levantar, transferência de peso e treino de marcha livre.
Em ambas as abordagens está subjacente o princípio da prática repetitiva de uma tarefa, como forma de facilitar o desenvolvimento de novas capacidades motoras ou o aperfeiçoamento de capacidades já existentes, de modo a diminuir os défices presentes.
A par disso, o ambiente em que se desenrolam as actividades realizadas pelo paciente é de extrema importância. Usualmente, o ambiente deve começar por ser fechado, ou seja, um ambiente estável e previsível, constituindo uma base de segurança para o paciente. Progressivamente, e à medida que vai adquirindo novas capacidades no seu desempenho motor, a prática da marcha deve ser realizada num ambiente imprevisível e em constante mudança, com o intuito de dar ao utente ferramentas para uma prática segura e autónoma da marcha.
Veja, na nossa página do Facebook, o vídeo que reflecte o trabalho intenso e dedicado de um dos nossos pacientes, que, dois anos após ter sofrido o AVC, continuou a acreditar ser possível melhorar as suas capacidades físicas e o seu desempenho motor na marcha.