Este mês (Agosto de 2018) foi publicado, na revista científica Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry, um estudo sobre a Eficácia da reabilitação multidisciplinar intensiva na doença de Parkinson.
O objectivo deste estudo era avaliar o efeito de um tratamento intensivo de reabilitação (TIR) na qualidade de vida de 234 pacientes com Doença de Parkinson (DP). O TIR incluia:
- Fisioterapia (exercício aeróbico, fortalecimento muscular, correcção postural, etc)
- Dispositivos de assistência (plataforma para treino de equilíbrio e passadeira para treino da marcha)
- Terapia Ocupacional (exercícios para aumentar a autonomia nas actividades da vida diária, focando nos exercícios com a mão afectada e exercícios que implicam a coordenação de ambas as mãos, etc)
- Psicologia (Aprendizagem de estratégias cognitivo-comportamentais)
- Terapia da fala (treino e gestão de problemas de linguagem e deglutição)
Este programa teve a duração de quatro semanas, com sessões diárias de 2 horas, excepto à sexta-feira (apenas 1h de treino), o que equivale a 44 horas por ciclo de tratamento.
Para determinar o efeito do TIR, foi utilizado o questionário de qualidade de vida em doentes de Parkinson (PDQ-39), que avalia a mobilidade, actividades diárias, bem-estar emocional, suporte social, cognição, comunicação e desconforto corporal.
4 semanas após o fim do tratamento, observou-se que os pacientes apresentaram uma melhoria significativa de aproximadamente 20% na qualidade de vida, bem como 31,3% de redução na intensidade dos sintomas.
A reabilitação tem sido proposta como um tratamento complementar e eficaz para lidar com a DP. O seu efeito positivo está documentado principalmente nas disfunções posturais e na marcha, conhecidas pela sua resistência à medicação. Contudo, tem vindo a ser confirmado que o treino físico personalizado de alta intensidade melhora também o bem-estar emocional e o desconforto corporal.
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Na NeuroVida, o programa de atendimento multidisciplinar – Neurotriad – para doença de Parkinson, com 50 horas de terapias distribuídas em 4 semanas, tem resultados muito semelhantes (clinicamente significativos, com melhoria funcional e da qualidade de vida), com especial impacto na marcha, na comunicação e nas funções executivas.