Caminhar pode parecer simples, mas apresenta vários desafios para alguém com doença de Parkinson. Entre os mais difíceis, está o congelamento da marcha (CM) – súbita imobilidade a meio do caminho, apesar da intenção de andar.
O CM interfere na mobilidade e causa quedas frequentes, levando também a uma redução na qualidade de vida. Tratar os congelamentos é um desafio. A Levodopa é geralmente eficaz, mas não elimina completamente o CM. Por sua vez, a estimulação cerebral profunda parece reduzir o número de episódios de CM, mas também já foi relatado que pode causar o agravamento do CM.
Assim, novos estudos sugerem outras formas de tratar o congelamento da marcha em pacientes com doença de Parkinson, através de métodos e técnicas de reabilitação, entre estes:
- Treino com pistas externas para evitar o bloqueio do andar
- Treino em passadeira de suspensão
- Técnicas baseadas em tarefa dupla (motora e cognitiva)
- Métodos baseados na magnificação (exagero) do movimento
- Treino com bengala com laser ou com bastão nórdico
- Técnicas baseadas em realidade virtual
Outro recente estudo da Universidade de Tel Aviv sugere ainda uma nova forma de tratar as áreas do cérebro que, aparentemente, causam o CM. Este estudo propõe que a estimulação eléctrica transcraniana melhora significativamente a condição.
Os resultados do estudo revelam que a estimulação, destinada a atingir simultaneamente regiões motoras e cognitivas, parece induzir efeitos imediatos no cérebro que se traduzem numa redução do CM. Juntamente com colaboradores da Harvard Medical School, estes investigadores estão a realizar um outro estudo para determinar os benefícios a longo prazo da estimulação eléctrica transcraniana no CM e outros sintomas relacionados.
Vários outros estudos sugerem ainda que a estimulação magnética transcraniana também tem valor terapêutico para tratar o CM.
Na Clínica NeuroVida, o programa Neurotriad para Parkinson inclui os diferentes métodos e técnicas de reabilitação mencionados acima, bem como utiliza a estimulação transcraniana como complemento do tratamento fisioterapêutico, sempre que oportuno.