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O tratamento convencional da Fibromialgia preconiza o controlo do dor através de fármacos e da fadiga através de estratégias interdisciplinares, com intervenções no âmbito físico e psicológico. No entanto, mais recentemente, a modulação da actividade cerebral com técnicas de estimulação não-invasiva do córtex tem vindo a considerar-se uma opção terapêutica com potencial, pelo que tem sido amplamente estudada.

Os resultados de vários estudos indicam que a estimulação transcraniana da área motora proporciona alívio significativo em pacientes com dor crónica, sendo que nos últimos 10 anos está a ser verificado um aumento do uso da estimulação transcraniana com corrente contínua (ETCC) no tratamento da Fibromialgia, dado os benefícios demonstrados e a excelente segurança e ausência de efeitos adversos.
Em 2006, o Dr Fregni e os seus colegas, que trabalham no Centro de Estimulação Cerebral não-invasiva da Universidade de Harvard (EUA), publicaram o primeiro relato dos benefícios da ETCC no tratamento da dor em casos de Fibromialgia.
Nesta investigação, um grupo de pacientes recebeu 20 minutos de tratamento por estimulação, durante 5 dias consecutivos. Os resultados demonstraram que o grupo de pacientes que recebeu estimulação no córtex motor primário experimentou benefícios (redução da dor e aumento da qualidade de vida), quando comparado com o grupo que recebeu estimulação no córtex pré-frontal dorsolateral, e com o grupo de controlo que não recebeu qualquer tratamento. Após 3 semanas, este efeito permaneceu significativo, ainda que o grau de benefício tenha diminuído.
Estes resultados da equipa de Harvard forneceram as primeiras evidências científicas em favor da estimulação transcraniana em casos de Fibromialgia e foram replicados em vários ensaios clínicos entre 2006 e 2011.
Em 2013, um comité de especialistas da Sociedade Europeia de Medicina Física e Reabilitação publicou uma revisão sistemática sobre as melhores evidências científicas para o tratamento da dor, concluindo que há evidências emergentes que suportam o uso de métodos de estimulação cerebral não-invasiva em pacientes com fibromialgia.
Numa nova revisão e metanálise que inclui 8 estudos com mas de 200 pacientes, entre 2008 e Janeiro de 2017, confirma-se que a ETCC no córtex motor induz uma clara melhoria do dor e na qualidade do sono. Nessa mesma revisão é concluído que a ETCC pode ser recomendada com um nível B (eficácia terapêutica provável) – recomendação suportada pela Sociedade Europeia de Neurofisiologia.
Com mais de 8 anos de experiência em ETCC, a equipa de NeuroVida tem desenvolvido um programa integral de intervenção na Fibromialgia, com o propósito de aliviar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida. Convidamos a visitar o nosso website www.neurovida.pt